23/11/2009

Indústria da Insegurança

Posted in Neopessimista às 17:37 por Roger Lopes

Violência, roubo, sequestro, tráfico, desrespeito a vida, crimes hediondos, vergonha nacional, blá blá blá. Todo dia a mesma coisa. Assuntinhos chatos pra caralho e antes que se possa falar “sensacionalismomidiático” vem uma cambada de Datenas bufantes perguntando pelas autoridades ou vociferando contra a impunidade. Bonito, mas a que autoridades esses imbecis se referem e contra a impunidade de quem eles gritam?

De todas as indústrias legalmente instituídas a que mais lucra no país é a da insegurança. A diversidade que envolve este segmento é sem par em nossa economia. Tem seguro de vida, seguro de morte, seguro de automóvel, de moto, de celular, de cartão de crédito, de perda de emprego, de saúde, de residência, contra acidentes, gravidez indesejada, moléstia da alma, combustão espontânea, para sair na rua, para não sair na rua, furúnculo, bala perdida e o escambau. Basta entrar num banco qualquer para fazer alguma transação (nesse caso é verídica a conotação sexual de que quem toma na bunda é sempre você) e certamente vão te entuxar algum maldito seguro.

É fato mais que comprovado que os detentores dessas grandes companhias. Bancos, seguradoras, convênios e sei lá mais o quê, anunciam tradicionalmente o seu produto no horário nobre entre as novelas e os telejornais.

Coincidentemente, essas mesmas corporações contribuem magnanimamente com milhões, bilhões e às vezes trilhões em campanhas eleitorais de candidatos salafrários de tudo quanto é estirpe partidária escrota.

Eis a questão que não quer calar: Se as empresas que ganham rios de dinheiro com uma sociedade amedrontada pela transmissão espetacular de crimes odiosos a todo instante, financia com seus lucros as apelativas emissoras de televisão, além da maioria dos responsáveis pela instauração de políticas sociais e de segurança pública no país, qual o interesse dessa corja em diminuir a incidência de sua maior matéria-prima que, afinal de contas, é o próprio aumento da violência?

E vem aí Copa Desmundo de Futebol e Olim(piadas). Panis et Circenses a todos.

2 Comentários »

  1. Unsere Welten said,

    “Mas as pessoas na sala de jantar, são as pessoas na sala de jantar. São ocupadas em nascer e morrer.”


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